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Todos nós temos a necessidade de sermos tratados de uma forma respeitosa por quem quer que seja, mas isso nem sempre acontece. E como agimos quando ficamos emocionalmente abalados pela sensação de injustiça?
Diversas pesquisas demonstram que as empresas que tratam seus funcionários com justiça, honestidade, humanidade e transparência têm uma redução gigantesca nos seus custos e uma melhora considerável na performance dos seus colaboradores. E o oposto também é verdadeiro: ao serem tratados com injustiça, desonestidade, assédio e meias verdades durante o período em que trabalharam na empresa, os colaboradores demitidos se veem tomados por uma raiva gigantesca que os faz agir com verdadeira fúria e sentimento de vingança contra a empresa, e então inúmeros processos judiciais são iniciados.
Mas o que o ex-funcionário quer na verdade? Não é o dinheiro. É a satisfação de uma das maiores necessidades humanas que existe: A necessidade de se sentir importante, de ser reconhecido.
A necessidade de ser reconhecido
Desde quando nascemos, nós fomos programados pelos nossos pais, tutores, professores a vencermos desafios e sermos reconhecidos por isso, e fomos parabenizados e aplaudidos por todas as vezes que obtivemos sucesso em algo. Quando deixamos de engatinhar e começamos a andar. Quando largamos as rodinhas da bicicleta e conseguimos nos equilibrar sozinhos. Quando tiramos uma nota máxima na escola. Quando vencemos uma competição ou passamos no vestibular.
A sensação do sucesso e o reconhecimento pela conquista é maravilhosa, e toda essa programação do nosso subconsciente nos trouxe grandes benefícios, nos dando a capacidade de buscar a solução perante os desafios da nossa vida.
O problema começa quando se quer ser reconhecido pelas outras pessoas em tudo o que se faz. A realização e a conquista nos causam emoções positivas, e essas emoções são multiplicadas quando estamos perto de outras pessoas que compartilham conosco do mesmo sucesso.
Por outro lado, quando não somos reconhecidos ou somos menosprezados (sofrimento de bullying, por exemplo), sentimos que não somos vistos, que não temos importância para as outras pessoas e isso nos faz entrar num estado emocional negativo que altera o nosso humor por horas, dias, semanas e até meses.
A injustiça e o nosso poder de escolha
Ao sermos tratados com injustiça, a insatisfação da nossa necessidade de reconhecimento nos gera emoções negativas como a raiva e, principalmente, a tristeza. O que comete a injustiça também tem emoções negativas, o que foi afirmado por Platão no seu diálogo “A República”, onde disse que “aquele que comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado”. Porém, neste momento vamos focar apenas na vítima da injustiça.
Quem é injustiçado quase sempre culpa o agente pela tristeza ou pela raiva que está sentindo, e transfere a responsabilidade da sua situação ao causador da injustiça. Porém, a escolha de permanecermos na situação emocionalmente negativa é nossa. O reconhecimento que damos para nós mesmos é muito mais poderoso do que o reconhecimento que recebemos de outras pessoas.
Ao dizermos para nós mesmos que temos sim o valor e a capacidade de realização, que merecemos mais do que recebemos, o nosso estado emocional se modifica direcionando essa energia inicialmente negativa para criar coragem de tomarmos as rédeas da nossa vida, de escrevermos a nossa própria história sem transferir a responsabilidade dela para ninguém.
A decisão é nossa. Ou saímos da situação (por exemplo, mudamos de emprego), ou tomamos a atitude de não sermos mais negativamente impactados por essa situação que temos que conviver (por exemplo, quando alguém é injustiçado pelos próprios pais).
Qualquer que seja a opção que você decidir seguir, tenha em você a consciência do seu poder de escolha. Você não muda ninguém, a não ser você mesmo. Não espere que as pessoas mudem para que você saia desse estado emocional. Mude você.
Às vezes você precisará de ajuda para sair, às vezes terá que obter ferramentas e recursos para aumentar a sua inteligência emocional e acelerar esse processo de mudança, mas nada disso adiantará se você não decidir de uma vez por todas tomar a decisão de que quer sair dessa situação emocional, custe o que custar. Você pode escolher. Sempre!
Sábias palavras. Parabéns Granzote! A mudança está em nós mesmos. Precisamos acreditar 💪🙏